O “Estórias Brutas e Curtas de uma Sociedade Decadente” contem algumas estórias cáusticas e outras nem tanto. O título e as tragédias aqui narradas trazem consigo um perigo latente assumido: um verniz de arrogância e pessimismo incorrigível. Para suavizar tal perigo, principio utilizando-me de um artifício um tanto quanto óbvio, mas nem por isso desnecessário.
Esclareço que não deixo de assumir muitos dos traços - que a princípio possam parecer repugnantes – dos personagens que ganham vida nas páginas deste livro. Digo a princípio, pois são traços que almejam a beleza da imperfeição humana, que assumem sem temor seu caráter eminentemente humano, como diz o título nietzschiano: “Humano, demasiado Humano”.
Não nego também um desejo de desestabilizar, pois um ser - seja ele uma sociedade, ou, ainda, uma única pessoa – somente quando se vê envolto em inúmeros questionamentos, arrisca-se nos tormentos da evolução.
De maneira alguma alimento uma visão utópica da sociedade, ocorre que nossa essência é constituída de um impulso que nos impele a buscar incessantemente a evolução. É como se vivêssemos o amadurecimento do gênio da espécie: transpostos os obstáculos materiais (ou pelo menos, aparelhados de inumeráveis ferramentas para isso), enfrentamos agora os obstáculos do espírito.
Nos deparamos diante de uma terrível epidemia depressiva. Infindáveis patologias da psique são diagnosticadas a cada dia, e os jovens (e aqui me incluo) nunca consumiram tanta droga como nos dias de hoje. É evidente que nesse ponto os arroubos imediatistas e a era do consumismo colaboraram para o alastramento desta busca frenética por prazer imediato.
Há muito se diz que vivemos a era da pós-utopia. Somos a geração perdida num caos atemporal, desprovida de padrões, minada por uma terrível ofensiva de informações e sufocada por uma ansiedade que entorpece lentamente, como o cigarro que intoxica dia-a-dia o fumante.
Não se trata aqui da sentença emitida por aquele que, de seu plano superior e orientado por nobres valores, aponta as deformidades do outro, para um lugar fixo. Não! O personagem Carlos, do conto “A silhueta de Narciso”, que inclusive, no mais não passa de uma estória repleta de clichês, é a mais simplória imagem da vaidade do intelectual revoltado e ferido por uma sociedade que primeiro negou-lhe seus prazeres, e depois negou-lhe os valores que ele aprendeu a valorizar, à custa daquela primeira negação.
Independente de qualquer mesquinhez, convido-o, leitor, a refletir comigo acerca de comportamentos típicos da atualidade. Talvez eu tenha cometido equívocos, exageros, ou tenha me deixado levar por algum ressentimento de alguma de minhas frustações. É provável! Apesar de tudo, sei que tudo isto servirá de algo, pois os livros, todos eles, sempre servem.
A publicação deste livro jamais pretendeu salvar nada nem ninguém. É apenas o reflexo de minhas frustações e devaneios, e então, uma centelha da luz que forma a imagem nesse espelho crítico em que a sociedade se reconhece.
Afinal, o livro inexistente é aquele que contêm em si, potencialmente, todos aqueles livros que poderiam ter sidos escritos.
O livro que teria esse prólogo, nasceu e morreu em minha imaginação, ele existiu enquanto minha abstração. Eis as idéias!
Esclareço que não deixo de assumir muitos dos traços - que a princípio possam parecer repugnantes – dos personagens que ganham vida nas páginas deste livro. Digo a princípio, pois são traços que almejam a beleza da imperfeição humana, que assumem sem temor seu caráter eminentemente humano, como diz o título nietzschiano: “Humano, demasiado Humano”.
Não nego também um desejo de desestabilizar, pois um ser - seja ele uma sociedade, ou, ainda, uma única pessoa – somente quando se vê envolto em inúmeros questionamentos, arrisca-se nos tormentos da evolução.
De maneira alguma alimento uma visão utópica da sociedade, ocorre que nossa essência é constituída de um impulso que nos impele a buscar incessantemente a evolução. É como se vivêssemos o amadurecimento do gênio da espécie: transpostos os obstáculos materiais (ou pelo menos, aparelhados de inumeráveis ferramentas para isso), enfrentamos agora os obstáculos do espírito.
Nos deparamos diante de uma terrível epidemia depressiva. Infindáveis patologias da psique são diagnosticadas a cada dia, e os jovens (e aqui me incluo) nunca consumiram tanta droga como nos dias de hoje. É evidente que nesse ponto os arroubos imediatistas e a era do consumismo colaboraram para o alastramento desta busca frenética por prazer imediato.
Há muito se diz que vivemos a era da pós-utopia. Somos a geração perdida num caos atemporal, desprovida de padrões, minada por uma terrível ofensiva de informações e sufocada por uma ansiedade que entorpece lentamente, como o cigarro que intoxica dia-a-dia o fumante.
Não se trata aqui da sentença emitida por aquele que, de seu plano superior e orientado por nobres valores, aponta as deformidades do outro, para um lugar fixo. Não! O personagem Carlos, do conto “A silhueta de Narciso”, que inclusive, no mais não passa de uma estória repleta de clichês, é a mais simplória imagem da vaidade do intelectual revoltado e ferido por uma sociedade que primeiro negou-lhe seus prazeres, e depois negou-lhe os valores que ele aprendeu a valorizar, à custa daquela primeira negação.
Independente de qualquer mesquinhez, convido-o, leitor, a refletir comigo acerca de comportamentos típicos da atualidade. Talvez eu tenha cometido equívocos, exageros, ou tenha me deixado levar por algum ressentimento de alguma de minhas frustações. É provável! Apesar de tudo, sei que tudo isto servirá de algo, pois os livros, todos eles, sempre servem.
A publicação deste livro jamais pretendeu salvar nada nem ninguém. É apenas o reflexo de minhas frustações e devaneios, e então, uma centelha da luz que forma a imagem nesse espelho crítico em que a sociedade se reconhece.
Afinal, o livro inexistente é aquele que contêm em si, potencialmente, todos aqueles livros que poderiam ter sidos escritos.
O livro que teria esse prólogo, nasceu e morreu em minha imaginação, ele existiu enquanto minha abstração. Eis as idéias!
8 comentários:
Quando e onde compro o livro???????
Resposta a rick:
Não há livro.
Idéias muito bem transmitidas... imperfeições passadas refinadamente para que qualquer leitor que se enquadre nesta geração faça facilmente uma imagem de si próprio.
Um prólogo perfeito para um livro que tem que existir.
Abraços
Barbosa.
Você tem a cor da rosa.
E a rosa são as idéias.
E, porque vejo, percebo a cor.
E leio o que ainda não existe.
Adoro voce, sabia né? Sou uma das suas maiores incentivadoras, mesmo sem te ver ou falar com vc há tanto tempo. Quero muito te encontrar para conversarmos. Seu blog está maravilhoso, e as suas idéias cada vez melhor organizadas em texto. O que é difícil pra caramba... que eu sei...e olha que eu tento. Amore, parabéns!!! Vou vir aqui sempre, beijo imenso da sempre amiga.
Nada como o hedonismo comedido não é?
A longo prazo, a preparação para o prazer futuro não envolve nenhum prazer em si, ou envolve?
Escrever prólogos para livros que não existem é masturbação mental da mais alta qualidade. vejo uma pitada de borges aí, não?
Bjos e boa viagem, afinal, vc acabou de sair da minha casa! hehehe
Barba.....
Animal, isso sim deveria chamar "Tapa na Cara dos Caras"!!
Parabéns.
Barba
Uma discussão fenomenológica interessante. Pensamento define a existência?
Se define, poderíamos afirmar que Deus, o amor, saudades, angústias e todas as demais abstrações existem com certeza.
Gosto quando cita Nietzsche. Tens muito bom gosto.
Sou fã dos teus textos.
Bacione amico
Marcelo
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