quinta-feira, abril 26, 2007

De onde vem essa onda?

De onde vem esse onda? / Essa praga da ansiedade que só estraga!

Desde o início da adolescência cometi pequenos poemas, projetos de romance e outros textos sem forma. Com um pouco mais de 20 anos, cometi uma série de contos que intitulei: “Estórias brutas e curtas de uma sociedade decadente”. Do título ainda gosto. Encaminhei para várias pessoas, obviamente, em busca de elogios, ainda que eu acreditasse que críticas seriam “bem vindas”.
Entre interessados idiotas e afins, havia aqueles perspicazes e um deles teceu comentários que muito me marcaram, e ainda hoje procuro entendê-los, e compreender minha reação à eles. Dizia, entre outras coisas, que meus textos eram como carros superpotentes acelerando numa pequena garagem. Havia sim, muito esforço, muita força para nada.
Uma outra analogia me vem à cabeça: Um cantor que se esforça, solta a voz, mas não vence a mediocridade de seu talento. Não?
Ora, cabe aqui ao leitor aborrecido um aviso: Escrevo este texto exclusivamente para mim.
Também me ocorre que me preocupo demais com o que pensam ou esperam de mim. Será por isso a“ força”, a insistência em escrever – para que me admirem?
Não sou cínico o suficiente para escrever coisas do tipo: “Escrever para mim é como respirar” ou “Escrever é minha terapia”.
Hoje não sinto mais tanta revolta. Eu passava dias, ou melhor, meses, revoltado com o comportamento dos outros, sua ignorância, hipocrisia, egoísmo, modismos, etc... Eu gritava, jurava que me vingaria de todos eles através da arte – mal sabia que não havia arte.

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