sexta-feira, maio 25, 2007

No que estamos pensando?

Na revista Piauí de maio saiu Mais um... (sic) artigo sobre a famigerada revolução de maio de 1968, que teve seu epicentro na França de De Gaulle. Já li intermináveis textos que tratam desse momento histórico, contudo, esse foi o que me deu a mais clara visão das variáveis que contribuíram para que o barulho de um grupo de estudantes abastados tivesse marcado tão profundamente a história recente.
Tony Judt, um historiador inglês, inicia seu artigo falando da decisiva explosão demográfica ocorrida nos pós-guerra e da inédita quantidade de estudantes que havia na Europa, e segue apontando, entre outras coisas, a evolução da teoria marxista e da convergência dos estudantes e o proletariado. Entre a reinvidicações dos trabalhadores, o choque cultural de gerações, a própria teoria marxista, a empolgação com as revoluções nos continentes asiático e americanos, a “santificação” das figuras de Mao e Che Guevara, e os movimentos de oposição à guerra do Vietnã, resta a vontade desses dois grupos socias tão diferentes, a elite estudantil e o proletariado, de mudança, especialmente do modus vivendi, do estilo de vida – uma mudança mais conceitual do que prática, o que talvez tenha sido determinante para que, como afirma o historiador, os contemporâneos desses anos tenham supervalorizado esse período.
Bom, tracei essas poucas linhas para chegar aqui, agora ...
Não temos teorias em grande evidência – a não ser que algum maluco venha a elaborar uma mixórdia dos livros de auto-ajuda e a chame de teoria – não temos ícones revolucionários a adorar. Não, não ache que este é Mais um... (sic) texto saudosista, inocente exaltador da geração anterior e autômato proferidor de maledicências do presente desencantador.
No que os jovens de hoje estariam a pensar?
Aparentemente, estariam eles preocupados com suas carreiras num mercado tão competitivo, numa “era dos executivos”, e quando não estivessem trabalhando, estariam andando pelos “shoppingui centers” da vida, comprando celulares que são Palm Tops, ou são Palms tops que são celulares?
Um panorama nada promissor, não acha? Bom, pelo menos a imensa maioria dos nossos contemporâneos pensa que sim: estamos indo pra merda – exatamente o oposto dos jovens dos anos 60, que acreditavam estar fundando um novo estilo de vida.
Não sei se é bem assim, nem se é bem assado.

Um comentário:

joshua disse...

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